Postado por: DIOGO CÉSAR PEREIRA 10/06/2013



No início do mês de junho de 2013, fiquei estarrecido com a notícia de que mais de 100 trabalhadores morrem num incêndio na China. E o que me chamou mais a atenção foi o fato de que estas mortes foram provocadas por um acidente de trabalho.

Pelo menos 119 pessoas morreram nesta segunda-feira (3) em um incêndio que atingiu um abatedouro de aves na província de Jilin, na região nordeste do país. As primeiras informações eram de que um curto-circuito estaria na origem do acidente, mas as causas ainda são desconhecidas. A tevê estatal afirma que testemunhas disseram ter ouvido uma explosão e percebido um vazamento de amoníaco.

Trezentas pessoas trabalhavam no local quando o incêndio começou, nas primeiras horas da manhã. Além do elevado número de vítimas fatais, 54 pessoas ficaram feridas. Trabalhadores que conseguiram escapar das chamas disseram que as portas do abatedouro eram muito estreitas e estavam trancadas, o que dificultou a fuga do local.
Fonte: portal Proteção

Infelizmente, no Brasil não é muito diferente:

No Brasil, segundo a Previdência Social, há uma morte a cada três horas de jornada diária. A OIT assegura que isso representa 1,3 milhão de acidentes por ano com 2,5 mil mortes. Um absurdo! O alto grau de descumprimento das normas de proteção para os funcionários, ou seja, o relaxamento e a falta de punição, coloca o Brasil em quarto lugar no ranking mundial de países com alto grau de acidentes de trabalho, atrás apenas de China, Estados Unidos e Rússia. Uma vergonha! Vale lembrar que após a criação do Fator Acidentário de Prevenção - FAP houve uma diminuição gradativa do número de acidentes nas empresas, de forma geral. O FAP reduz ou aumenta a alíquota de contribuição previdenciária destinada a custear benefícios decorrentes de acidentes ou doenças do trabalho (as empresas que apresentam menor número de acidentes têm a alíquota reduzida enquanto aquelas que apresentam maior número de acidentes têm a alíquota aumentada). Mesmo assim, ainda estamos muito longe de ser referência nesse assunto.

Fonte: portal Administradores.
Devida a morosidade na divulgação das estatísticas de acidentes do trabalho no Brasil, por parte da Previdência Social, não temos ainda os dados de 2012. Mas, embora eu seja a favor da aplicação do FAP,  não temos visto, na prática, a diminuição no número de acidentes. Os registrados em 2011 foram maiores que em 2010, o que não me leva a ter fé que em 2012 foram menores que 2011. Sem contar o fato de que a Previdência divulga apenas os acidentes que foram formalmente comunicados ao governo. Portanto, imagine quantos acidentes acontecem sem que tenhamos conhecimento!

Agora, eu me pergunto: quantas mortes serão necessárias para que a sociedade: governo, empresas e trabalhadores, tomem medidas eficazes de segurança no trabalho?

Quando o profissional de segurança receberá o reconhecimento da importância do seu papel nas organizações?